Lisboa sofreu enorme transformação durante os reinados de D. Manuel I e do seu sucessor, D. João III, O Piedoso (1521-1557). As vinhas e oliveiras que salpicam as colinas da capital desaparecem em poucos anos, enquanto os trabalhos de terraplanagem executados na Ribeira permitem abrir uma gigantesca plataforma quadrada, construída directamente no areal: o Terreiro do Paço – hoje Praça do Comércio –, que se torna o novo centro da capital, e onde, em pouco tempo, se vendem e trocam os mais variados produtos. É durante o governo do primeiro monarca – altura em que a Expansão portuguesa atinge o seu auge, com a descoberta do caminho marítimo para a Índia, sob o comando de Vasco da Gama (1498), e o «achamento» do Brasil, por Pedro Álvares Cabral (dois anos mais tarde) – que a vida política e administrativa de Lisboa desloca-se da Alcáçova para a Ribeira, onde se localiza o novo palácio real, com janelas que dão directamente para o Tejo.
É no Terreiro Paço que a multidão se despede de D. Sebastião (1557-1578) quando este parte direito a Marrocos para a louca demanda africana e é lá, também, que o povo se junta depois para lamentar a morte d'O Desejado e o desaparecimento dos entes chegados, pois não há em Lisboa uma única casa em que não se chore a morte de um marido, de um pai ou de um irmão. É lá, ainda, que a multidão se acotovela para saudar o desembarque do rei Filipe III de Portugal, IV de Espanha.
Adaptado de História de Lisboa, de Dejanirah Couto
2 comentários:
Debes de ter a mania qués historiador e tal..
Nem digas nada, pois estou cá numa fase em que dou por mim a comprar e ler coisas sobre a história de Portugal... :)
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