16 de janeiro de 2007

Bendito esquecimento e outras histórias de provecta idade

Não se lembrava de o ter feito anteriormente nessa semana e, como tal, um septuagenário residente em Portalegre registou três vezes o mesmo boletim do Tololoto. Resultado de tamanho olvido: arrecadou três dos quatro maiores prémios entregues pela Santa Casa no primeiro concurso de 2007, ou seja, perto de 618 mil euros. Segundo consta, o ancião não sofre daquela doença que tem o nome de um famoso neurologista alemão, do qual não me recordo neste momento... Mais a sério, a minha solidariedade vai, contudo, para o outro pobre contemplado, o incógnito, que nem sequer teve direito a referência na Imprensa. O que terá sentido ao saber disto, uma vez que se viu privado de dividir a meias o bolo de quase 824 mil euros quando, de facto, houve somente duas pessoas a acertar nos seis números mágicos?

Foi notícia nos derradeiros dias de Dezembro o facto de uma mulher, natural da Andaluzia, se ter tornado na mãe mais velha do planeta. Ao dar à luz um belo par de bebés, com 67 anos, superou o recorde pertencente à romena Adriana Iliescu, cuja façanha (igualmente gémeos) ocorrera em Janeiro de 2005, quando contava 66 primaveras. Para engravidar, a senhora submeteu-se a tratamento hormonal e fertilização in vitro. Interrogo-me sobre o que será, em termos psicológicos, a vida das duas crianças quando tiverem atingido os 15 anos, altura em que a progenitora terá 82...

Mais eloquente é a história do norte-americano Marvin Northen. Experienciou várias guerras nos 100 anos já vividos neste mundo e enfrentou a Grande Depressão de 1929, altura em que, por questões económicas, viu-se na contingência de ter que trabalhar para sustentar a família. Tendo abandonado a licenciatura em Gestão de Empresas na Universidade de Baylor, nos Estados Unidos, quando lhe faltava somente uma cadeira para concluir o curso, nunca mais voltou aos bancos da faculdade. Contudo, foi surpreendido pela instituição no dia do seu centenário. Ao que parece, a disciplina em causa fora entretanto substituída por outra em que Northen passara com distinção e, por esse facto, embora com alguns anos de atrasado, os responsáveis da Universidade acharam ser motivo mais do que suficiente para laureá-lo com chapéu, toga e diploma emoldurado. E, por cá, ainda existe a Universidade para a Terceira Idade?

5 comentários:

Bolacha Maria disse...

Não sei porquê, mas acda vez se vai tornando mais fácil imaginar-me aos 60...Já passo serões de manta no sofá, bebo chazinho e uso meias grossas em casa para não me arrefecerem os pés..Ah, e mais outra coisa qualquer, que ainda mesmo há minutos me lembrava..

triss disse...

ihihihihihih
falta o saquinho de água quente!
eu também sou adepta disso tudo, e mais, fiz um revival dos anos 80 e comprei umas perneiras!

Ás vezes penso que durante o inverno é muito difícil ser-se sexy não é?

Bolacha Maria disse...

Triss: tb acho..especialmente pq com o frio nem apetece despir..ai quem me dera as camisas de dormir de antigamente só com um buraquinho...

SC disse...

Ainda existe sim, que a minha avó (com 90 anos...) anda lá!

José Nuno Pimentel disse...

Bolacha e Triss: é o sinal dos anos a passarem (também por nós)...

SC: Admiro as pessoas como a tua avó. Se atingir a idade dela, coisa que nos tempos que correm é cada vez mais difícil, espero que seja com a mesma energia...