30 de dezembro de 2008

A prenda de Natal

Não tenho por hábito oferecer prendas no Natal, mas uns dias antes da data encontrei uma ideal para dar à Mónica, mais pelo divertimento que a situação iria provocar. Mandei embrulhá-la e o bonito, pequeno e leve pacote rectangular deixava, sem dúvida, adivinhar qualquer coisa misteriosa.

Em casa dos meus sogros ainda se vive a noite de abertura das prendas como manda o figurino da época: à meia-noite toca o alarme para a família ir à cozinha, perto da chaminé, ver as oferendas que o Pai Natal deixou no respectivo sapatinho, convocado literalmente para o efeito.

Apesar de me conhecer de gingeira, situação que lhe permite antecipar algumas das minhas jogadas, o dito presente deixou-a intrigada. "O que é que estás para aí a preparar?", perguntava-se ela. Ao abrir a caixa, graciosamente decorada e embrulhada com tanto carinho, desvendando o seu conteúdo, não conseguiu evitar a gargalhada e o progenitor dela, meio no gozo, deixou escapar um desiludido comentário:

— Ah e eu a pensar que era um anel [de noivado]! (Convém explicar: eu e a Mónica não somos casados – nem sequer em união de facto – e vivemos juntos há mais de três anos, mas sobre este assunto, de casamentos, noivados, anéis e afins, talvez um dia, se achar que vale a pena, disserte sobre ele...)

Bom, mas voltando à lembrança, realmente talvez não o recrimine. É que, em vez do anel, saiu à minha amada uma lata de fígados de tamboril – gourmet, alto lá! –, iguaria bastante do seu agrado.

3 comentários:

Ana e Vasquinho disse...

Pois, também eu ficava desiludido se fosse o sogro ;)
Se bem me lembro, no almoço de Natal de 2006 falaram disso, supostamente o casório até saía no ano seguinte e já vamos em 2009.

Um dia, quem sabe!

Beijinhos do Cácau para o tio Jé e para a tia Moca.

Tiago disse...

Irra, fígados de tamboril?... Comam lá a lata toda para eu não ter de emborcar essa iguaria...

José Nuno Pimentel disse...

ana e vasquinho, aguenta! :)

ogait, onde é que já param os fígados... No bucho da Mónica: quase nem sentiram o ar fora da lata!