Antes que as más-línguas corrompidas entrem em acção, certamente impulsionadas por esse tal de Edmund, esclareço não ter nada que ver com o facto de o pão em causa ser dotado de forma fálica. Adiante.
Estive de férias na semana passada e como me quedei pelo aconchego do lar o ritual repetiu-se todo o santo dia útil. Acordar por volta das oito e meia da madrugada, por força da mulher, separar-me da cama depois de ela sair porta fora, tomar o pequeno-almoço nas calmas, voltar a enfiar-me no edredão a ler e adormecer embalado pela escrita, voltando a despertar para a vida escandalosamente entre a uma e as duas horas da tarde.
E dormir muito dá nisto: sonhar em quantidade! Num desses devaneios, fui comprar pão a uma padaria, daquelas antigas, em que se vendem apenas moletes e quejandos ou bolinhos, pois sou avesso a modernices multi.
Espero a minha vez de ser atendido na confusão do estabelecimento, bastante concorrido pelo saloio cozido em forno de lenha.
- Bom dia, queria “aquele” pão, se faz favor!, apontei.
- Aqui tem.
- Quanto é?
- Dois euros.
Paguei com uma moeda de cinco e o homem deu-me dois euros de troco. Faltava um e, educadamente, assinalei o descuido.
- Olhe que não! (Onde é que eu já ouvi isto?), refilou ele.
- …
A peleja que se seguiu meteu braço-de-ferro, berros, livro de reclamações, ainda que não fosse preciso chamar polícia nem ASAE ou afins. Muito a custo chegámos à concialiação, pois não valia a pena tanto barulho por nada ou tão pouco e ele lá me deu o eurito em dívida. Quando acordo, extenuado, recordo-me de quase tudo e desato-me a rir: tudo isto e nem sequer há moedas de cinco euros!
Moral da história (todas são verdade mas aceitam-se outras interpretações):
- sou doido por pão;
- o pão está caro;
- devia haver moedas de cinco euros;
- reclamar compensa, ainda para mais quando se tem razão.
O caso deve-se ter passado na padaria em frente à Igreja de Nossa Senhora do Amparo, no centro de Benfica, local de onde peço ao meu pai para trazer o tal saloio cozido em forno de lenha, divinal, por sinal, que de pão entendo eu! Se não conhecem, experimentem um dia…
12 de janeiro de 2009
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7 comentários:
Ca ganda maluco. Olha lá, não percebo porque pões logo de parte a hipótese mais freudiana... :)
Não constava na versão inicial do texto, mas decidi fazer referência precisamente por isso... :)
Freud e padarias... ok... essa padaria conheço eu desde que nasci e não é em sonhos.... quanto a Nossa Senhora do Amparo também conheço, agora estou mais virado para o circuito do 1º quarteirão da Claudio Nunes... sempre animado... o rapazinho das 3 marcas que o diga....
Conheço bem a zona, tenho de lá passar a comprar o pão que recomendas!
SLB31, então sabes bem do que eu estou a falar!
SC, definitivamente tens que lá ir, aquilo até tem senhas e tudo!
O que eu tenho andado a perder...!
O pão de facto é maravilhoso. E quando ainda vem quentinho??? Melhor ainda!!
Ainda este Domingo lá passei e acho que nunca tinha visto tanta gente para ser atendida.
A padaria é pequena, mas nunca lá fui que não tivesse pessoas cá fora à espera.
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