24 de outubro de 2008

Maradona by Kusturica

O retrato do génio da bola repousa colado ao monitor do meu computador, num postal bem visível aos meus olhos. É da autoria do fotógrafo belga John Vink, da agência Magnum, e foi tirado a 29 de Junho de 1986, na final do Campeonato do Mundo de futebol, no México. (Vale a pena ler a entrevista de Vink à BBC (versão castelhana), por ocasião do Mundial da Alemanha, em 2006.)

Diego Armando Maradona não apontou qualquer tento na vitória da Argentina sobre a República Federal da Alemanha, por 3-2, ocorrida no Estádio Azteca, na Cidade do México, mas liderou a selecção das Pampas rumo ao triunfo na competição.

Galardoado com o troféu de melhor jogador do torneio pela FIFA, entidade tutelar da modalidade a nível mundial, El Pibe apontou cinco golos – menos um do que o inglês Gary Lineker – na 13ª edição da prova mais importante do calendário futebolístico do planeta, um deles num memorável slalon frente à Inglaterra.

Após ter anulado, aos, 51 minutos, a vantagem britânica na partida – com o igualmente célebre tento marcado com «a mão de Deus», como o próprio o qualificou pouco depois da contenda –, Maradona destruiu os sonhos do adversário volvidos três minutos, ao deixar pelo caminho meia equipa contrária antes de driblar o guarda-redes Peter Shilton e colocar a alviceleste nas meias-finais.

Anos mais tarde, a FIFA considerou-o o melhor golo do século XX.

Não vi jogar Garricha, o «anjo das pernas tortas», como carinhosamente lhe chamavam, Pelé ou Eusébio, a Pantera Negra. Dos jogadores que vi actuar, ao vivo ou através da televisão, na maior parte das vezes, nenhum chegou aos calcanhares daquele menino, nascido num bairro pobre de Buenos Aires.

Se a sessão não estiver esgotada podem ir vê-lo no olhar de Emir Kusturica, este sábado, às 21h30, na Culturgest, na sessão de encerramento do DocLisboa, o VI Festival internacional de Cinema Documental. Infelizmente, eu não posso devido a afazeres laborais.

1 comentário:

Tiago disse...

Porra, estava a contar contigo!