7 de outubro de 2009

Faça um seguro…

Como todas as pessoas que pediram dinheiro emprestado à banca, no meu caso para comprar casa, fui obrigado a fazer um seguro de vida. Só o fiz porque me vi forçado a tal, e até compreendo a posição dos homens do dinheiro, mas ultimamente parece que toda essa gentalha se juntou para tentar segurar-me das mais variadas maneiras. Da próxima vez que for abordado, respondo como neste texto de Miguel Torga, no Diário IV (Coimbra, 4 de Novembro de 1948):

‒ Faça um seguro…
‒ Deus me livre!
‒ Olhe que é útil! Morre-se, recebem os herdeiros; tem-se um desastre, pagam-nos o hospital; fica-se inválido, dão-nos uma pensão…
‒ Não teime. Eu gostava de me segurar mas para não morrer, para nunca ficar inválido, para não ser esmagado por nenhum automóvel… Agora segurar-me para depois dessas desgraças, não me interessa. Se o destino me ganhar o jogo, quero que ele assuma a responsabilidade do que fez!

Genial!

4 comentários:

Garf disse...

Muito bom! (Ainda que me lixe o negócio, porque a minha pequena carteira de seguros não se dá bem com estas teorias).

SLB31 disse...

Pois também gostei do titulo "faça um seguro".. depois o conteúdo apesar de bem pensado (como é hábito) acaba mal... porque é um incentivo a que não se façam seguros.. e dá-me jeito continuar a receber o guito ao dia 25.. além da pequena carteira de seguros que também tenho..

José Nuno Pimentel disse...

Garf e SLB31, têm razão mas há certas coisas que nunca me vão entrar na cabeça... Mas digo isto quando estou prestes a fazer dois seguros para mim... :o)

eMe-a-eMe disse...

ia de passagem e não resisti a deixar um comentário.
excelente texto de miguel torga : )
tem toda a razão.