20 de julho de 2007

Até já!

O autor deste blogue foi de férias e só regressa depois do primeiro fim-de-semana de Agosto. Na bagagem estival leva livros, música, filmes, máquina fotográfica, alguma roupa de Verão e muita vontade de namorar, passear e descansar.

Leva também telemóvel, ainda o mesmo pequeno e leve modelo que o acompanha há pelo menos seis anos e que apenas dá, imagine-se, para telefonar e mandar umas SMS's. Não leva computador e por isso nem quer ouvir falar de Internet e blogosfera.

19 de julho de 2007

And the winner is...

... Citizen Kane, ou O Mundo a seus Pés, de Orson Welles, segundo a lista dos 100 melhores filmes americanos de todos os tempos divulgada a meio de Junho pelo American Film Institute.

Inspirado na vida do magnata da comunicação social William Randolph Hearst, a película conta a história de Charles Foster Kane, menino pobre que se torna num dos homens mais ricos do mundo. Antes de morrer, o protagonista pronuncia a palavra «Rosebud» e leva um jornalista a iniciar uma investigação à procura do significado daquele enigmático termo.

Deixo o Top 10 do rol e, se puderem, aproveitem para ver alguns em tempo de férias. Além disso, estamos na silly season e os bons filmes começam a rarear nas salas de cinema.

Citizen Kane (O Mundo a seus Pés), Orson Welles, 1941
The Godfather ( O Padrinho), Francis Ford Coppola, 1972
Casablanca, Michael Curtiz, 1942
Raging Bull (Touro Enraivecido), Martin Scorsese, 1980
Singin' in The Rain (Serenata à Chuva), Gene Kelley e Stanley Donen, 1952
Gone with the Wind (E Tudo o Vento Levou), Victor Flemming, 1939
Lawrence of Arabia (Lawrence da Arábia), David Lean, 1962
Schindler's List (A Lista de Schindler), Steven Spielberg, 1993
Vertigo, Alfred Hitchcock, 1958
10º The Wizard of Oz (O Feiticeiro de Oz), Victor Flemming, 1939

18 de julho de 2007

Rescaldo

Quase três dias passaram sobre as eleições autárquicas intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa, marcadas, segundo voz corrente, para um dia "incómodo" e "mal escolhido".

Fiz 250 quilómetros e cheguei propositadamente mais cedo à capital, no domingo, para votar. Retenho o facto de ter sido dos 37,39 por cento, pouco mais de um terço dos inscritos, que se dignaram a tal.

Como já alguém escreveu antes de mim, «em democracia todos os dias são bons para exercer o direito de voto». O descontentamento não deve conduzir ao absentismo. Temos memória curta é o que é.

17 de julho de 2007

Exemplar

Da Terra de Vera Cruz chega-nos mais um episódio fascinante. Reza a história que um professor de inglês meteu mãos à obra na tarefa de ensinar a língua de William Shakespeare aos mais necessitados e acabou a dar aulas a prostitutas brasileiras na Vila Mimosa, a mais antiga zona de meretrícia do Rio de Janeiro.

"Depois de dois anos a bater, sem sucesso, à porta de instituições públicas e igrejas com um projecto de dar aulas a pessoas desfavorecidas, estas mulheres receberam-me de braços abertos. Estou a adorar", afirmou o professor Mariano Capote, moço no esplendor dos 24 anos.

Pelo menos uma vintena de profissionais do mister mais antigo do mundo tem agora três horas semanais de lições na zona norte da Cidade Maravilhosa. O êxito é tal que a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia revelou que vai abrir mais inscrições e acrescentar o castelhano aos próximos idiomas a leccionar.

13 de julho de 2007

O meu primeiro festival

Live Aid, 13 de Julho de 1985. Catorze aninhos feitos há pouco mais de dois meses. Estava de férias com a minha mãe e irmã na praia da Consolação, perto de Peniche.

Devidamente autorizado pela mulher que me deu à luz, cuja paciência de santa ainda hoje é lembrada, chamei todos os meus amigos e amigas de Verão lá a casa para vermos os concertos.

A maratona musical de combate à fome em África começou no velhinho Estádio de Wembley, em Londres, e seguiu noite dentro com a transmissão do evento de Filadélfia, no Estádio JFK.

A progenitora dormia o sono dos justos mesmo ali ao lado e talvez nem imagine a algazarra de gente a entrar e a sair daquela casa. Ou, se imagina, fez de conta que não (ou)viu nada.

Poupo-vos os fascinantes pormenores do espontâneo ajuntamento adolescente daquele que foi o meu primeiro festival. Nem à cama fui...

Limpeza total

Os Jogos Pan-Americanos, uma espécie de Olimpíadas da América Latina, Central e Caraíbas, que este ano decorrem no Rio de Janeiro, Brasil, vivem os primeiros momentos, mas o ambiente já aqueceu.

Num evento desta envergadura, onde são esperadas milhares de pessoas, tenta-se sempre receber da melhor forma possível os visitantes. Foi o que tentou fazer uma carioca, empregada de limpeza do local onde estão instalados os atletas, espécie de Aldeia Olímpica.

O lugar fervilha de gente e, já se sabe, a carne é fraca e a tentação enorme. Parece que a pobre coitada foi apanhada pelas colegas do turno que entrava de manhã a dormir no quarto de um competidor cubano. Resultado: não mais limpou nada por aquelas paragens.

12 de julho de 2007

Vontade zero

Reparei no desolador aspecto do menu Fascínios anteriores que está no lado direito da página principal do meu blogue. Estamos quase a meio de Julho e ainda só lá estão dois. Que miséria!

Há a tolerância zero, a gravidade zero, o ano zero, o zero à esquerda, o 0-0, a Sagres zero, a Coca-Cola zero, os Blind Zero (ler em inglês), os Zero 7 (idem), a Zero em Comportamento. Eu estou numa de vontade zero. Devem ser as férias a chamar por mim...

No trabalho é a mesma coisa. Felizmente estamos no defeso da silly season. (Bem, agora estão lá três.)

11 de julho de 2007

A ler... e a gostar

Estava destinado a ser um dos livros para ler a partir de dia 20, em dias divididos entre a tranquilidade da serra e umas horas na praia, mas um fim-de-semana de repouso no campo, que soube realmente a férias, antecipou o mergulho nas mais de 600 páginas deste fascinante calhamaço.

Da contracapa de D. Sebastião e o Vidente, de Deana Barroqueiro, escritora nascida nos Estados Unidos, em 1945, mas que cedo rumou a Portugal:

«As vidas de el-rei D. Sebastião e Miguel Leitão de Andrada entrelaçam-se desde o nascimento até ao desastre de Alcácer-Quibir. O rei-menino, corajoso mas ingénuo, e o leal fidalgote de Pedrógão Grande, reconhecido na região como vidente e protegido de Nossa Senhora da Luz, vêem-se implicados numa secreta e perigosa intriga de espionagem, com contornos sexuais.

Os caminhos sinuosos deste quixotesco binómio Cavaleiro/Escudeiro, tão comum na época, revelam-nos, em pormenor, a vida da segunda metade do século XVI, com os seus prazeres e as suas misérias, as cerimónias de festa e de morte, na capital mas também no Portugal rural.

Vida transposta para um romance fascinante, construído a partir de rigorosa investigação de fontes históricas documentais - portuguesas, espanholas, italianas, francesas e holandesas - e condimentado pela exuberante imaginação de Deana Barroqueiro.

O rei mais desejado de toda a nossa história é, apesar de todas as esperanças da nação, um órfão falto de afectos, criado e educado por velhos, como a avó sedenta de poder ou o cardeal regente, tornando-se por fim em joguete involutário dos desígnios imperialistas do seu tio, o implacável Filipe II de Espanha.

Caprichoso e insolente, D. Sebastião cresce atormentado pelos seus traumas e fantasmas da sua adolescência, sublimados nos sonhos de glória de mancebo visionário, senhor de um poder absoluto que o arrasta ao desastre, profetizado pelas dolorosas visões de Miguel Leitão de Andrada.»

5 de julho de 2007

Sonhos cor-de-rosa

Eloquente como sempre, o 24 Horas traz na primeira página de hoje que a escultural morena "Jennifer López vai ocupar todo o balneário do Benfica". Temo pela próxima época, ainda para mais porque o equipamento alternativo do Glorioso é agora em tons de rosa.

Postas à venda na segunda-feira passada, leio na edição de A Bola que as ditas camisolas - cujo alvo do marketing é o sector feminino, "um mercado pouco explorado pelos clubes" - "estão a superar todas as expectativas, vendendo mais do que a encarnada".

A breve d'A Bíblia do Desporto termina em grande: "Ontem, a espreitar o treino da tarde, no Seixal, uma adepta (Lili) ostentava a maglia rosa, com o 21 de Nuno Gomes." Bem a propósito, aliás, tendo em conta o bem-parecido jogador da bandolete que não se cansa de compor o cabelo.

Não se trata de preconceito. É que sou dos antigos e as "papoilas saltitantes", assim reza o histórico hino, deviam sempre equipar de vermelho ou de branco, nunca de rosa, cinza ou preto. Resta sonhar, de preferência cor-de-rosinha. Definitivamente, estamos na fascinante silly season.