13 de janeiro de 2010

Big penis unemployed

À primeira vista, Jonah Falcon é apenas mais um número. Desempregado e a morar com a mãe, é um dos 20 por cento de americanos em idade activa sem trabalho. No entanto, Falcon tem algo que nenhum outro homem possui: o maior pénis do mundo.

Desde que em 1999 apareceu no documentário Private Dicks: Men Exposed, sobre homens com órgãos genitais de grandes dimensões – no seu caso 24 centímetros em descanso e 34 em erecção, segundo o El Mundo – e a sua história saiu na Rolling Stone em Maio de 2003, complementado com a presença no The Howard Stern Show em Setembro de 2006, o original Mr. Big, nascido em Brooklin, Nova Iorque, há 39 anos, tem lutado para arranjar um emprego fixo e encontra-se actualmente em casa a viver com a progenitora.

Falcon trabalhava numa empresa de videojogos e também como actor, tendo tido curtas aparições em séries como Melrose Place, Law & Order e Sex and the City. Mas numa recente entrevista à Sphere, o detentor da maior espingarda de carne falou de como sobrevive “entre empregos” devido à má situação económica. E apesar de estar talhado para ter carreira retumbante na indústria pornográfica, afirma não querer fazer filmes para adultos, porque, se o fizesse, “ninguém me levava a sério. Ninguém”.

Suportar tamanha cruz deve ser duro fardo e fico nauseado só de pensar na quantidade de sangue que precisará de direccionar ao local para alçar o mastro, isto sem falar na dor que pode provocar ao tentar entrar na gruta secreta das fêmeas. A inveja nunca foi pecado mortal de que padecesse e por isso confesso até sentir alguma pena do senhor, que, como eu, também está ligado à rede social da moda, o Facebook. Afinal, eu trabalho e há muito tempo cortei o cordão umbilical com a minha origem.

Nota: Traduzido e adaptado de The Huffington Post, juntamente com El Mundo, Rolling Stone e Sphere.
Fotografia: Mary Ellen Mark/Rolling Stone (Jonah Falcon na casa-de-banho do seu apartamento de Nova Iorque, em 2003)

7 de janeiro de 2010

Memórias da cave

Poucos dias antes do Natal ardeu o prédio cuja cave albergava o Hot Club de Portugal e a notícia trouxe-me à memória boas lembranças. Frequentei durante algum tempo a Escola da Jazz situada mesmo por cima (nos andares chamuscados) e recordo com saudosismo aquele lugar esconso e o pátio traseiro ao ar livre, paredes meias com o Parque Mayer e janela aberta para o Jardim Botânico.

Sempre foi habitual ver os músicos que vinham tocar a Lisboa passar pelo mítico espaço, nem que fosse para conversar com os congéneres locais e proporcionar aos felizardos a inevitável e ansiada jam session. Sem contar com outras infindáveis horas de são convívio, lembro particularmente três ocasiões que tive (juntamente com outras testemunhas) a felicidade de presenciar, sempre apertado, muitas vezes empoleirado nas escadas ou sentado à frente, de pernas cruzadas no chão, mesmo em cima dos artistas, sequioso de aprender e não perder pitada do que faziam:

1. Nesses tempos em que a oferta de diversão nocturna não era tão grande como agora, costumava lá ir beber uma cerveja à noite. Numa delas, assim que comecei a descer as escadas de ferro, reconheci imediatamente a música que soava lá em baixo, onde um excêntrico rapaz de cabelo despenteado tocava violino, acompanhado por contrabaixo, piano e bateria.

Tratava-se de Nigel Kennedy, violinista inglês muito em moda pelo disco As Quatro Estações, de Vivaldi, editado em 1989. Provavelmente estava em Portugal a promovê-lo, portanto terá acontecido por volta dessa altura. A melodia que saía do instrumento era, nem mais, nem menos, do que o All Blues, de Miles Davis – um dos meus trechos preferidos de um dos meus discos predilectos de sempre, Kind of Blue (1959).

2. Noutra vez, pude ver o excelente concerto do trompetista americano Freddie Hubbard, falecido em Dezembro de 2008, por ocasião de um festival de jazz organizado pela Câmara Municipal de Lisboa no Teatro São Luiz, nos primeiros tempos de Jorge Sampaio ou João Soares à frente da edilidade, a tocar, entre outros, com os portugueses Bernardo Sassetti, Pedro Moreira, Bernardo Moreira.

3. E recordo ainda a figura longilínea do realizador alemão Wim Wenders aquando das filmagens de Lisbon Story (1994), cuja banda sonora é da autoria dos Madredeus, a conversar animada e anonimamente ao fundo, perto do bar, de pé, mas ligeiramente de pescoço dobrado para caber naquela parte do covil e não bater com a cabeça no baixo tecto.

Por favor, deixem que os acordes de jazz voltem a soar no lendário número 39 da Praça da Alegria!

Nota: Não sei que é o autor da bela foto, para lhe poder dar o devido crédito, mas eu saquei-a do blogue Jazz no País do Improviso.

5 de janeiro de 2010

True Blood

Definitivamente, os vampiros estão na moda. Em Espanha começou ontem a dar a segunda série de True Blood na televisão, em Portugal a RTP estreia hoje a primeira pela noite dentro.

Dizia o El País: "True blood es otra muestra del poderío creativo de la mejor televisión trabajando a plena potencia. Basta revisar el material original: los libros de Charlaine Harris [Southern Vampires no original] son pobrísimos, unidimensionales, descaradamente adolescentes. Por el contrario, la versión de HBO tiene personajes carnosos, densidad argumental y múltiples lecturas. Ovación para Alan Ball, [argumentista] también responsable de A dos metros bajo tierra [Sete Palmos Debaixo de Terra] y de American beauty."

Parece a saga Twilight, de Stephenie Meyer: pobre literatura, mais apetecível no ecrã.