10 de março de 2009

A fabulosa história dos cocós

Quando a televisão está ligada, é costume tê-la sintonizada nos canais História, Discovery ou Odisseia. A loucura é tal que confesso mesmo ter dezenas de DVD’s gravados com documentários sobre os mais variados assuntos relacionados com história, ciência, cultura, desporto, saúde, culinária e outros.

De repente, fui despertado por um teaser de promoção a um programa. Mandava assim: “Em Março, o Odisseia apresenta-lhe A Fabulosa História dos Cocós”. E a situação transportou-me aos tempos da minha infância, escatologicamente falando.

Ainda imberbe, lembro-me de os graúdos me mandarem ir às canas ou ao campo (conforme o local onde estava o menino da cidade) aliviar a tripa quando não havia cloacas disponíveis por perto, de andar por casa com as calças para baixo e pirilau à mostra a berrar “ó mãe, ó mãe, anda ver o meu cocó!”, de evacuar a ler qualquer revista sentado no trono, como ainda acontece e como ainda chamo às retretes, pois é ali que me sinto verdadeiramente rei.

Nem de propósito, o segundo dos quatro episódios do filme passa esta noite às 22 horas (repete às duas da madrugada e 13 horas de quarta-feira) e dá pelo nome de A Revolução dos Tronos. Falhei o primeiro (Em Nome da Rosa), mas não vou perder este nem os próximos, Em Nome do Trono e Excremento Sagrado.

O Odisseia informa que cada ser humano produz seis toneladas de cocó durante o seu tempo de vida. Custa a crer, não é? Freud dizia que este tema gerava incómodo porque nos fazia lembrar a nossa natureza mais animalesca. Pois, pois, sei bem o que esse tarado queria...

Hoje em dia, as fezes são utilizadas como fertilizante, material para a construção, para fazer sopa e até na cosmética. Um dos cafés mais caros e raros no mundo provém das caganitas de determinado macaco e, segundo consta, cheira bastante mal e sabe divinalmente bem.

Para lutar contra o odor desagradável dos cocós, alguns investigadores japoneses estão a desenvolver uma pastilha cujo objectivo é eliminar o fedor das nossas fezes. Parece que a indústria dos ambientadores está contra!

6 comentários:

Anónimo disse...

De regresso da minha viagem de cruzeiro pelo Patagónia, seguindo o rasto de Magalhães (impossível achar vestígios dos seus cocós que o tempo tudo muda e transforma) venho encontrar o Coisas Que Fascinam na sua melhor verve e delicioso humor.
Mas o seu autor está em falta para comigo: estou à espera da sua crítica, em e-mail ou post, ao meu Navegador da Passagem, seja ela boa ou má (as más por vezes são as melhores espevitadoras de brios e ajudam a melhorar e a evitar erros e defeitos), mas que venha, pois a sua inteligência e a sua cultura fazem de si um óptimo crítico, cuja opinião muito prezo. Fico a aguardar...
Deana Barroqueiro

Anónimo disse...

SOPA?????

Lila Ups

Anónimo disse...

Ai que saudades... nada como libertar as fezes ao ar livre na minha infância no campo dos meus avós... agora é como dizes... a fazer a revista da imprensa no trono do meu palácio... não concordo com as pastilhas... a palavra "peido" deixaria de existir, ou terá a ver com o (des)acordo ortográfico?

Hugo P. disse...

Excelente post amigo. Apesar de ser conversa de m****! Abraço

W. V. D. disse...

6 toneladas parece-me pouco

José Nuno Pimentel disse...

Cara Deana, tem toda a razão, até porque li o livro de enfiada no início do ano, quando era para o fazer num ambiente dado a (ainda maiores) prazeres - uma temporada fora do rebuliço da cidade! Claro que não resisti ao apelo e aviso já que o saldo é elogioso...

Sim Lila, até na sopinha!

SLB31, já viste tiram-nos os prazeres todos...

Grazie Hugo

W.V.D., só se for a julgar por ti... :-)