A mais sentida homenagem ao génio do argentino Diego Maradona – o melhor jogador de futebol que jamais vi actuar nos palcos dos sonhos por esse mundo fora – saiu ontem à noite dos pés do compatriota Lionel Messi, do Barcelona. Nasceu franzino e padecia de uma estranha doença que lhe tolheu o crescimento, que não a inspiração e o improviso. Atravessou o Atlântico com apenas 13 anos e submeteu-se a um tratamento hormonal a expensas do clube da Cidade Condal.
Nestes tempos em que a táctica engole a técnica, o desconcertante talento que ainda nos faz vibrar com o desporto-rei mora quase todo na América do Sul. Na Argentina e no Brasil. O tango e o samba. E o fado. Valha-nos o nosso Cristiano Ronaldo, verdadeiro ilhéu nesse imenso mar enxameado de engenho e arte. Não me vieram as lágrimas aos olhos, mas confesso ter sentido um arrepio ao ver o ziguezaguear zombeteiro de Messi em direcção à baliza adversária, somente terminado quando a bola, tantas vezes maltratada, beijou feliz as redes.
O treinador Frank Rijkaard esboçou um sorriso maroto e aplaudiu de pé o feito. O avançado camaronês Samuel Eto'o, companheiro de equipa do prodígio, deitou as mãos à cabeça, incrédulo. Pudera, Messi acabara de pintar sobre a relva do Camp Nou uma obra de arte em tons de azul-grená, as cores do Barça.
Ver (e rever) o golo de Messi no Barcelona-Getafe, 5-2 (18/04/2007) relatado em árabe!
Ver (e rever) o golo de Maradona no Argentina-Inglaterra, 2-1 (Mundial do México, 22/06/1986) narrado em directo por Victor Hugo Morales, jornalista do país das Pampas.
19 de abril de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Eu já vi... Na SIC mostraram o golo do Maradona e iam intercalando os mesmos passos, o mesmo percurso da bola e o golo com o do Messi.
Fotocópia!
É tango, ponto final. É quase fado. Tu não o perceberás, porque nunca estiveste em Boca. Eu estive, e este dançar com a bola só seria possível num país tão parecido com o nosso. Onde a arte é possível, e logo inigualável, quando se concretiza. Desde que o seja sem querer, por instinto, porque, lá mesmo no fundo, no sub-consciente, sabemos que somos capazes. De pegar na bola e não a largar, como garotos, desafiando todas as regras. Simplesmente. Desde q n pensemos nisso. Porque, quando pensamos, tudo se estraga. E lá perdemos outra vez, nos momentos q importam. É um fado, é o tango. Viva o Messi e viva o Ronaldo. Somos os melhores do mundo, ainda que nunca ganhemos nada. Ganhamos na galhardia, ganhamos na poesia.
que bonito ogait:-)
Gracias, Triss.
Mainada... :)
não sei o que é mais fantástico se o golo do Messi se o texto do Ogait
A verdade seja dita... El Pibe era único
w.v.d., tens toda a razão, grande comentário do ogait!
wavixavi, único mesmo!
Enviar um comentário