Éramos o país das rotundas, somos cada vez mais também o dos centros comerciais. Pobres de alguns de nós, agora que abriu o Dolce Vita Tejo ali para os lados da Amadora, originalmente chamada de Porcalhota, certamente terra de boa gente.
São 122 mil metros quadrados, 297 lojas, a enorme Kidzania – espaço para crianças – e 11 salas de cinema, num espaço "equivalente a mais de 12 campos de futebol", como salienta o Público sobre o maior shopping do burgo. Tudo isto e nove mil lugares de estacionamento disponíveis. Espero sinceramente nunca lá meter os calcantes!
De acordo com o recém-nascido diário I, «à porta do centro comercial Dolce Vita Tejo, que hoje foi inaugurado, dormiram 300 pessoas. Sónia e Bruno foram os primeiros. (...) Ela, grávida de oito meses, dormiu no chão como todos os outros. Ele veio acompanhá-la. “Não a podia deixar sozinha. Ela queria vir de qualquer maneira”, explicou». Pobre criança, ainda não veio ao mundo e já foi obrigada a sacrifícios destes.
Elucida-nos ainda o Público: «No total, em 2009, está prevista a abertura de 11 novos espaços de grande dimensão, seguindo uma tendência já verificada em 2008 (ano em que abriram 13 conjuntos comerciais)».
Para ganhar coragem antes da tarde e noite de trabalho que ainda tinha pela frente, saboreei as primeiras sardinhas da temporada ao almoço (e bem boas elas estavam), emborquei uma imperial fresquinha e dirigi-me à Feira do Livro de Lisboa em plena canícula. Espero sinceramente voltar a lá meter os calcantes!
NAVEGADOR DA PASSAGEM - OS CAURIS
Há 3 meses
7 comentários:
Eu não sei onde é, mas estou contigo, espero nunca lá meter os pés. Mas olha, ainda bem, que assim as prais e esplanadas ficam mais vazias:-)
(uma grávida de 8 meses.... mas esta gente é doida ou quê???)
Sai umas sardinhas e umas imperiais para esquecer que vivemos nesta anedota de país.
Fiquei estupefacta com opção da grávida de 8 meses. O que é que ofereciam para as pessoas estarem à porta?
Também não conto lá entrar.
É a prova que este país não existe... podiam lá por os politicos naquela cena para os miudos... ao menos brincavam a sério... quanto á questão do que ofereciam... ouvi dizer que era 100€..
Eu acho que os centros comerciais são verdadeiros guetos voluntários.
Eu fui à Feira do Livro e, felizmente para mim, estava quase vazia.
Bela sardinha assada, a do António, na Bobadela. Mas alinho mais num tintinho, para acompanhar.
A Imperial reservo-a para o belo do caracol, que já por aí anda a espreitar!...
belas sardinha que comi no Sabado aqui em faro
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